Eu sinto medo, tive medo.
De quem me tornei, de não saber mais quem Eu sou...
Eu ainda me lembro de quem fui, mas não sei se posso voltar a ser como era.
Vem o frio...
Eu sinto o frio, vem o frio.
Procuro abrigo, afago, carinho, dentro de mim não há.
Fora de mim ainda existe, mas afastei pessoas boas de mim.(ás vezes sem querer)
Vem a música...
Escuto música, e leio letras.
Não há músicas tristes e nem alegres. Só músicas.
Flores são flores, e não há cores nelas. Somente flores.
Vem o verso...
Não tento entender, nem decifrar, somente ouvir e cantar.
Quem compôs entendeu, nem quis rimar,
porém quem leu não entendeu, mesmo assim quis cantar, e cantou... depois entendeu.
Vem a dúvida...
Perguntas querem gritar toda ignorancia que é falar,
escutar vem depois de falar, ninguém quer escutar.
Perguntas ecoam sem respostas, ecoam e chateiam...
São minhas dúvidas, que não querem me deixar...
Vem a solidão...
Tudo o que fui deixei de ser, sem perceber não fui buscar.
Minha humanidade riu de mim, pelo caratér que já tive,
e pela falta de cuidado, rasurei meus traços.
Quem conheceu, não me reconheceu.
O velho Eu fugiu, quando viu o que o Eu sou...
Vem o medo...
Cruzei uma avenida sem olhar pra atravessar,
Saltei de uma ponto sem saber aonde querer chegar.
Despedi-me sem saber se iria voltar...
Um velho Eu por ai em algum lugar,
um novo Eu aqui, sem saber onde ir, nem com quem, nem se o velho vai voltar...
Vem o canto...
Desamanhece devagar, e na rua não gosto de acordar,
os olhos doem, os copos estão vazios, assim também o paladar.
Assim mesmo eu sigo, com um canto, um tanto triste, um tanto alegre,
já não importa mais, pois as flores são flores, não importam as cores,
um tanto tristes, um tanto alegres.
Eu canto... Eu canto...
por dentro de mim meu próprio choro.
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